Ordenação de mulheres


O significado das palavras de D. Januário
O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, sugeriu na quarta-feira na RTP a possibilidade de a Igreja Católica abrir as portas à ordenação de mulheres. "Não me repugna que uma senhora seja sacerdotisa", afirmou o prelado.
Esta é mais uma declaração pública de um responsável de topo da hierarquia da Igreja Católica portuguesa que surge ao arrepio das orientações da Santa Sé.

Sendo verdade que, e a Igreja reconhece-o, existe uma crise de vocações, sobretudo no hemisfério norte do planeta, esta pode ter sido a formulação pública de uma sugestão para combater a falta de padres. Mas, por ora, não é mais do que uma posição individual de um responsável católico. A ordenação de mulheres, tal como a possibilidade de os padres se casarem, não são dogmas de fé e, por isso, hão-de ser questões em permanente debate no interior da Igreja Católica.
A posição assumida por D. Januário pode, pois, ser um sinal de que, após mais de 1500 anos de sexismo sacerdotal, a Igreja pode estar aberta à mudança. Hoje, o papel das mulheres na sociedade e no mundo mudou. São cada vez mais, e ainda bem, as mulheres que desempenham funções de relevo nas mais diversas áreas. Não haverá por isso, para além do respeito pela tradição, nenhuma razão para que o mesmo não aconteça no seio da Igreja. E a questão do celibato, que, repita-se, não é um dogma de fé, não deve também ser encarada como um obstáculo, já que os votos femininos já existem.
D. Januário Torgal Ferreira arrisca-se pois a ser uma voz isolada no interior da Igreja ou um pioneiro da modernidade católica. Seria bom que fosse a segunda hipótese.
Fonte:-DN/Editoial

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Condes de Alte

Senhorio d´Alte, sua formação