Inverno da Vida


Inverno da Vida

Um velhinho,
Sozinho,
Encostado ao seu bordão
Na estrada passava!...
Devagarinho,
Ao ritmo do seu coração
Andava!...

Procurava venturas
Perdidas
E esperanças vencidas
Que dele fugiram,
Pelos campos além,
Despovoados,
Sem ninguém!...

E voaram ao relento,
Deixando-o triste e só,
Sem por um momento,
Dele terem dó!...

Sem nada ficou!...
Apenas no seu peito, o amor!...
E, de suas mãos vazias,
Nas manhãs frias
De inverno da vida,
Esvoaçam, já sem cor,
Lágrimas
Dos olhos caídas,
Que rolam no chão,
Perdidas!...

Sua voz se perde,
Soltando um gemido
De pena e de dor!...
A estrada é comprida
E o Pobre velhinho
Já não pode andar!...
O olhar volve aos Céus
E, pensando em Deus,
Com todo o fervor,
Começa a rezar!...

A noite já cai
E ele adormece,
Caindo por terra Será que adormece?!...
Com a vida esgotada
E a alma cansada,
Para o pé de Deus vai!...

Gizela Dias da Silva – Funchal Madeira

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