E Fez-se Abril!

E fez-se Abril!
Liberdade! A liberdade é das tais coisas que só se aprecia quando se não tem.
Quando se tem nem se dá por ela, é como o ar que se respira, ou a água que se bebe….O que dá mesmo jeito é quando calha próximo do fim-de-semana e se pode fazer ponte!
Para se entender o “salto” para a Liberdade;

É a medo que escrevo. A medo penso.
A medo sofro e empreendo e calo.
A medo peso os termos quando falo.
A medo me renego, me convenço.

A medo guardo confissão, segredo.
Dúvida, fé. A medo. A medo tudo.
Que já me querem cego, surdo, mudo.

José Cutileiro
«Os Medos», Versos da Mão Esquerda, 1961

Não existia liberdade no regime que vigorou em Portugal entre 1926 e 1974.
À força do medo (e do hábito) havia tabus e proibições no dia a dia que impediam de dizer e de fazer muitas e muitas coisas.
É que o medo que se vivia, «acabava por meter tudo na Ordem, na indispensável Ordem do musgo e do bafio», dizia José Gomes Ferreira.

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