Casa Hospício " Condes de Alte"


... TENHO UM AMIGO QUE, EM AMENA CAVAQUEIRA, UM DIA, DISSE-ME - " SEMPRE QUE COMEÇA UMA NOVA "OBRA" NA MINHA ALDEIA, VIAJO PARA VER COISAS BONITAS... ".

Da Casa Hospício " Condes de Alte ", da sua construção, dos seus materiais nobres, da sua arquitectura de séc. XIV, pouco ou nada restou após o seu restauro. E é pena.
Pergunto: Quem permitiu um restauro assim? Quem permitiu a destruição de um edifício com este peso histórico? Mais de 6 séculos! O Edifício da Casa - Hospício talvez fosse um dos mais significativos do aglomerado tradicional da aldeia de Alte.
A quem devemos pedir explicações? Aos habitantes de Alte, aos algarvios, aos portugueses, aos autarcas, aos coordenadores do PROALgarve, ou ao senhor arquitecto que desenhou este projecto?
Devíamos congratulá-lo pela sensibilidade, pela forma airosa como conseguiu desenquadrar o edifício, pela forma astuta como conseguiu transformar algo tradicional e com história, em algo completamente "modernaço" e um século "à frente", muito, mas muito " à frente ", como se aplica no calão de agora. Não podemos dizer, de todo, que não deixou obra. A sua obra ficará para sempre, principalmente no pensamento e no coração dos que chocou. Ficará para sempre presente naqueles que aniquilou sociologicamente... Bem Haja!!!

A casa hospício Condes de Alte foi mandada construir na primeira metade do séc. XIV por D. Constança, mulher do 3º Senhor de Alte João Mendes.Construída pelos Condes de Alte (senhores de Alte) esta casa hospício serviu de albergaria medieval aos mais necessitados, durante séculos.
Veio porém a perder esta finalidade no século XX, quando se tornou residência permanente dos feitores da Quinta do Morgado, função que desempenhou até há cerca de uma dezena de anos.
No que respeita à sua tipologia e à sua construção, a casa - hospício é uma casa térrea com divisões amplas, ligadas em comboio, composta de casa de fora e corredor ( únicas alterações feitas durante mais de 6 séculos ao desenho inicial). Tem paredes de alvenaria de pedra, rebocadas e caiadas. Pé direito alto.
Telhados de duas águas e chaminé rendilhada
Quero partilhar convosco as minhas memórias da casa Condes de Alte, onde passei três anos fantásticos.
Julguei saber de cor cada textura das suas tradicionais cantarias, cada pedaço de tijoleira, cada rasgo de madeira das suas portas com postigos... julguei saber de cor os seus "paiais"...onde está a casa Condes de Alte, aquele antiquíssimo hospício?
Recolha -dardevaia.blogspot

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